Um nada de ti
Identifico os primeiros acordes dessa melodia que me sussurravas nos momentos em que um muito não era afinal mais que um nada de ti. Trespassa-me, inconsciente, uma nostalgia que me faz querer-te de novo, que apaga todas as palavras ditas e as que ficaram por dizer e me traz, nítida, a memória do teu enlaço. Esse instante cessou e, de volta, acho a mágoa que (ainda) nos une. Chegaste tão efusivamente quanto partiste e deixaste latente a paixão que, sem limite e sem razão, abraçámos nesses tórridos dias em que a tua voz era a banda sonora dos meus devaneios e eu caminhava sem temer o logo, o depois e o amanhã. A tua segurança conquistava o meu render e o meu respirar sossegava o teu anseio. Quando os teus braços encontravam o meu corpo e os olhares sorriam cúmplices, os nossos lábios,unos, exultavam e a minha presença era para ti uma dádiva.
A paixão cessou quando cessou o sol. Só achamos certezas quando encontramos dúvidas.
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