Estou cansada. E não bastasse só o queixume do meu corpo, a minha cabeça lateja também como se tivesse aprendido a chorar. Os meus pensamentos voam, soltos, onde eu não quero que eles cheguem e instalam-me num contra-relógio que não tenho coragem de desafiar. desejo que corra o tempo que costumo desejar que não passe, porque agora estou cansada... Angustiada até de esperar o tempo passar, esse que se multiplica a infinito a cada dia pesado que tenho de erguer, a cada dia de luta que tenho de sobreviver.

Não me são permitidas falhas.
Não tenho margem sequer.
Tenho apenas uma bala única para um tiro que se deseja certeiro.
Se tenho medo? Tanto...