Dispo-me de tudo. Esqueço o meu nome e o tudo mais que me persegue. Em mim, gravo agora apenas o que merece ser louvado. Fujo do mundo com o fôlego dos deuses e não ouso olhar para trás. Tristes noites vãs que passei a ouvir-me falar. Porquê? Deixo os instintos beberem do meu corpo e a razão apodrecer numa alma que foge, etérea. Corro sem rumo nem direcção, piso os ramos secos da vida e galgo os fossos do passado numa busca desenfreada do que ainda não achei. Para quê? Não sei sequer o que procuro, não reconheço já a noção de procurar. Dispo-me de mim e de ti e de todos e de tudo. e corro. e fujo.
mais um dia ...