A mesa estava vazia, a luz fraquejava ténue com a iminência do inevitavel. Eu permanecia alheia a tudo, consciente, ao mesmo tempo, da conjuração que se erguia à minha volta. Calmamente, joguei as primeiras cartas que segurava na mão e a pouco e pouco fui deixando cair as que guardava manchando a mesa de afago e credo. À minha frente eram lançadas cartas como farpas invisiveis e quem quer que seja que as arremessava travava uma batalha muito maior que a minha. Lançou os trunfos e eu guardei os meus, deixei de mim na mancha que as minhas jogadas haviam deixado e voltei costas, soturna, resignando-me e renovando-me.
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4 comentários:
Tens qualquer coisa de arrepiante e incrivelmente doce ao mesmo tempo na tua escrita é interessante fico sempre com essa sensação ao ler o que escreves é muito bom =0)
Adorei o texto :')
Deixs-nos sem palvras.
Muito bom Patrícia. Só conhecia a tua escrita pela vivência escolar, mas transcendeu-me. MUITO BOM MESMO. Deu-me imenso prazer a ler :)
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