(IR) racional


Dispo-me de tudo. Esqueço o meu nome e o tudo mais que me persegue. Em mim, gravo agora apenas o que merece ser louvado. Fujo do mundo com o fôlego dos deuses e não ouso olhar para trás. Tristes noites vãs que passei a ouvir-me falar. Porquê? Deixo os instintos beberem do meu corpo e a razão apodrecer numa alma que  foge, etérea. Corro sem rumo nem direcção, piso os ramos secos da vida e galgo os fossos do passado numa busca desenfreada do que ainda não achei. Para quê?  Não sei sequer o que procuro, não reconheço já a noção de procurar. Dispo-me de mim e de ti e de todos e de tudo. e corro. e fujo.


mais um dia ...

1 comentário:

Anónimo disse...

Fugir do mundo não nos vai trazer nada de bom. Vês a vida por um binóculo, sempre a procura de um farol que te indique uma direcção. Mas na vida, nem tudo se procura. Existem coisas que vêm ao nosso encontro e que nos dão a oportunidade de as aproveitar ou não. Procurar desenfreadamente a ilha dos nosso sonhos faz-nos perder força, faz-nos ver a luz do farol cada vez mais longinqua, desgasta-nos. Enquanto navegas terás sempre o barco como suporte, e não cairás ao mar. Segue as estrelas e não vais naufragar. Enquanto fixas o teu olhar no horizonte não verás o quão bonito é ver as ondas baterem no barco, os peixes saltarem e a brisa tocar-te. Muita água irá escorrer antes de chegares á tua ilha. Vive cada dia dessa viagem, milha por milha, e deixa-te navegar ao sabor do vento. Um dia chegarás ao teu destino e sentirás o teu objectivo cumprido sem perder um unico momento da tua viagem.

mais um dia, mais um marco, mais uma bandeira, vais conseguir.